Em um contexto de estimativas iniciais que dão conta de que o estado poderá colher, agora em 2022, a maior safra de inverno, o aumento significativo do custo com a lavoura é uma preocupação do setor. A expectativa de produção é de 5 milhões de toneladas de grãos, representando um aumento de quase 12% em relação ao ano passado, em um panorama em que as sementes e fertilizantes chegam a representar até dois terços dos custos da lavoura.
Na região da Emater Regional de Santa Maria, as áreas mais expressivas semeadas pertencem aos municípios de Cachoeira do Sul, Júlio de Castilhos, Jari, Tupanciretã, São Francisco de Assis. Essa projeção inicial da safra leva em consideração as produções de trigo, cevada, aveia branca e cevada.
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– Essas culturas de inverno nos últimos três anos, contabilizando o ano de 2020, 2021 e, agora, essa projeção de safra para 2022, tem apresentado um incremento positivo de área a cada ano que passa. Nós passamos do ano de 2020 de uma área de 1.350.000.000 hectares cultivados para 1.891.000.000 hectares que é expectativa de cultivo agora no ano de 2022 – diz Luís Fernando Oliveira, engenheiro agrônomo da Emater.
Ainda em relação a esse acréscimo, conforme Oliveira, a tendência tem acompanhando a elevação da área cultivada no verão, com grãos no estado. Em meio a esses números otimistas, há um um fator que causa aflição: os custos para a produção.
– Uma das preocupações para essa safra tem sido o aumento significativo dos custos de insumo para a lavoura. Somando -se os custos com sementes e fertilizantes, esses valores ficam em torno de dois terços dos custos da lavoura de inverno_ contextualiza o engenheiro agrônomo.
Ainda de acordo com informações da Secretaria de Agricultura, Agropecuária e Desenvolvimento Rural, o aumento da produção de 11,9% representa uma soma da projeção da cultura de trigo (3,9 milhões de toneladas), aveia branca ( 870,2 mil toneladas), cevada (108,6 mil toneladas ) e canola (91,3 mil toneladas).
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Já a área implantada para fins comerciais está projetada em 1,89 milhão de hectares. O número representa um incremento de 14,6% em relação à extensão das lavouras no ano passado.
– Além da produção de grãos com fins econômicos e também da otimização do parque de máquinas disponíveis nas propriedades, a lavoura de inverno tem uma importância agronômica fundamental, que é a formação da palhada para a semeadura dos cultivos de verão na sequência à colheita do cereal de inverno – comenta Oliveira.
O levantamento feito pelos escritórios municipais da Emater entre 11 e 23 de maio e divulgado recentemente aponta que se essa projeção de incremento na safra se confirmar, a área de trigo prevista para esta safra no Estado é a maior desde 1980, com 1,4 milhão de hectares implantados.
Francine Boijink, [email protected]
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